CALDAS DE CIPÓ NA REVISTA CARTA CAPITAL
(Matéria de Roninho)
Esta semana como há algum tempo não acontecia, a nossa estimada cidade voltou a ser destaque no cenário nacional, quando figura nas páginas de uma das maiores revistas do país (na minha opinião a de maior crebilidade e independência). O fato é que a revista em questão conhecida como CARTA CAPITAL, traz duas páginas dedicas a nossa terra onde destaca o declínio do turismo local, ouvindo moradores e autoridades, buscando encontrar uma resposta para o que a matéria lamentavelmente chama de “ NOTÍCIAS DE LUGAR NENHUM”.
A matéria inicialmente relata a vinda do Presidente Vargas e o deslumbramento do escritor Guimarães Rosa e do jornalista Odorico Tavares quando relatam o que aqui em nossas plagas testemunharam.
A reportagem segue e o descaso com tal patrimônio é a tônica da escrita da jornalista Cynara Menezes “Em 1928, o médico Salles, um aventureiro que fez a primeira viagem de automóvel pelo Sertão de que se tem notícia, havia inaugurado o Radium Hotel, atualmente em ruínas, com árvores crescendo pelas paredes. Bem ao lado do Radium e seu cassino, foi erguido o Grande Hotel que, volta e meia, seria restaurado, mas que ficou a maior parte de sua existência vazio, despertando o saudosismo da população. O clube balneário, com seus banheiros e piscinas termais, foi inteiramente alagado pelas cheias do Rio Itapicuru, em1969. O abandono dos prédios dá ao lugar um ar de cidade fantasma, em que o tempo se esqueceu de passar.”
Por fim fica o sentimento deste que vos escreve e que hoje muito pouco vê no quadro político atual: Lastimável, medíocre e por que não dizer circense. Fica a eterna esperança de reencontrarmos Cipó novamente na páginas da imprensa nacional, para tanto como exemplo de gestão, lembrada como uma das mais belas paisagens do sertão baiano. Lembrada por seus grandes homens e mulheres, por seus artistas que infelizmente sequer são lembrados nessa matéria. É chegada a hora de deixarmos a paixão que nos cega e termos a coragem para colocar o dedo em nossa ferida mais crua, cortar na carne se preciso for assim como o fiz, jogar alguma luz em nossos problemas mais sensíveis, resgatar a auto-estima do nosso povo que tem sim vocação para a felicidade, mas o governo das grandes festas, a covardia e a fraqueza moral dos que não tem a ousadia de saírem debaixo do guarda-chuva do poder e assumirem uma voz de independência, fazem com que corramos o risco de nos depararmos com outras matérias dessa natureza. E reintero, “ ou aprendemos a defender exclusivamente aquilo que acreditamos ou perpetuaremos nossas tragédias.”
Por fim uma pergunta que torno a fazer: Para onde vai uma cidade cuja BIBLIOTECA MUNICIPAL acomoda-se no porão de um prédio abandonado?! Encarecidamente mais uma vez sugiro assim como o fez em outros tempos, que o ilustre governante a traga para o centro da cidade, que os livros ocupem o prédio da antiga delegacia e assim reencontremos no mínimo os passos da educação. Mas com a tristeza de outros cipoenses aguardo mais um capítulo que decerto ajudarei a escrever.
Matéria: Ronald Freitas Anunciação (Roninho)
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